domingo, novembro 12, 2006

a tal da maré ruim

::: alerta! post-desabafo :::

menina dos cabelos amarelos na lama. mergulhada, quase afogada, na tal da maré ruim.
semana passada foi daquelas inesquecíveis. tudo deu errado, tudo MESMO. saúde, trabalho, vida pessoal...


começou na segunda, quando eu descobri a deliciosa sensação de ter uma cólica renal. eu, que pensei já ter experimentado os mais altos níveis de dor na vida, entendi que sempre dá pra ficar pior. dizem até que dói bem mais que a dor de parto, e eu espero que seja verdade, porque caso contrário não sei mesmo se agüento o tranco de parir (thá, eu realmente te admiro pela escolha do parto e pela força que não te fez desistir. eu sou muito mais patife).
ah! a pedra ainda está aqui, "entalada". e eu de saco cheio desse incômodo.

seguindo o rumo dos dias felizes, quinta-feira foi a vez do caos profissional. e eu nem sei porque me abalei tanto... há meses eu esperava pelo embate. mas foi ruim, bem ruim, mesmo eu já tendo o discurso repassado em mente. "você é muito arrogante", só pra começar. respirei fundo, pensei em anos de trabalho, em um monte de situações, nos meus valores. ouvi muito mais coisas péssimas e rebati cada uma, do jeito que eu achei que era justo. ao final, aparentemente tudo resolvido, mas agora... (quem me conhece bem, já sabe).

mamãe no hospital na quinta para retirada da vesícula. tudo bem, embora ela tenha ficado uma pilha de nervos achando que teria problemas com a anestesia e morreria. passei a madrugada de sexta com os olhos esbugalhados em cima dela e dos remédios que pingavam devagar e passei o resto do final de semana fazendo todas as vontades, numa troca de papéis.

pra completar, madrugada de domingo com uma conversa séria, meio doída, sincera. mais uma vez. o menino-dos-olhos-verdes-lindos de repente se calou. e eu, segura do que se passava, também. achei que a gente tinha se perdido pra sempre... e acho que a confusão de nós dois e de tudo fez ele quase acreditar nisso também. quase, porque ele não se convenceu de que a gente ia se perder. que bom, que bom. os abraços do final da angústia foram dos melhores que eu já tive na vida.

***

eu avisei... é um post desabafo. ontem, pensando em tudo isso, quis ser um tatu-bola, quis chorar, sair correndo, chutar tudo. fui argumentar com um alguém pouco próximo e ouvi que "é assim mesmo, ou você acha que a gente tem que ser feliz todo dia? a gente aprende com o sofrimento, a gente tem que entender que a vida vai ser sempre assim".

será que ela tem razão? resignação, ressentimento e uma dose de amargura? é isso? não quero não.

7 comentários:

bhuda disse...

oi menina-dos-cabelos-amarelos, a vida é complicada neh? mas senao fossem os desafios e as provas o que seria de nós? se cuida, se cuida... bjus

Anônimo disse...

Também não acho que deve ser assim, não. Nada de ressentimento, nada de resignação e nenhuma dose de amargura, oras!

E, sim-sim, a gente tem que ser feliz todo dia. Não conseguiremos, é óbvio, mas lutar por isso é o que nos resta. Certo?

O bom da tal da "maré ruim" - e é sempre bom tentar enxergar algo positivo até nas coisas chatas - é que ela é só uma maré. Daqui a pouco, passa. E aí vem uma maré boa, pra compensar.

Ai, que vontade de conversar contigo pessoalmente... Saudade, viu? O convite pro happy hour está sempre de pé.

Beijo, querida. Se cuida.

Thá disse...

Hoje, menina-querida, liguei só para dizer que você é a minha grande conquista de 2006.

Talvez isso não afaste os resquícios desse turbilhão que passou por aí, mas pode ter um significado muito maior, se você quiser: ser a conquista de alguém, Ju, quer dizer que você é aquela pessoinha essencial para que a vida seja um tantão mais leve.

Acredite que tudo vai se encaixar. Não é o que você me diz sempre? Então, Ju, não deixe tudo isso te tirar do eixo não!

Te adoro muito. Muito mesmo. Conte comigo sempre.

Beijo grande =)

luamorzinha disse...

Tá, eu concordo com a parte que a gente aprende com o sofrimento, mas a gente não precisa entender que a vida vai ser sempre assim. A gente pode muito bem tirar grandes lições das coisas boas também. Por que não? :) Beijos

Retrato em branco e preto disse...

*Eu sei bem o que é uma cólica renal.No meu caso alguns litros de água resolveram.

*Meu pai fez a tal cirurgia da vesícula e é tão desesperado quanto tua mãe.Ele também achava que a anestesia ia adormecê-lo para sempre.

*Achei linda a parte do menino dos olhos verdes.Gostei do termo que você usou "achei que a gente tinha se perdido pra sempre...".

*Não faço a menor idéia de quem você seja e você não faz a menor idéia de quem eu sou, mas eu te achei assim, visitando um blog, depois o outro, nessa corrente que não tem fim.Gostei muito do primeiro post que li (o mais recente)e resolvi comentar.

thais disse...

Se não existisse o amargo, o doce não seria tão doce. Mas ainda bem que existe muito mais doce do que amargo, né?
Sobre o caso cólica renal x cólica de contração uterina... É muito diferente. No caso da cólica renal, o que a gente quer que saia, é pra parar de doer. No parto, a gente sabe que dói, mas que a recompensa é tão linda e eu ACREDITO que a dor pareça menor.
Mas olha, já ouvi que dói mais e que dói menos. É subjetivo, não tem jeito.

Beijo

Anônimo disse...

Demorou pra vc mandar essa sua chefe ridícula para puta que a pariu. Uma pessoa que te chama de arrogante não tem, no mínimo, espelho em casa. Estou revoltada.