quarta-feira, novembro 07, 2007
não dá
noite de segunda-feira, 20h10. cansaço. jantar na mesa: arroz, feijão, carne moída, queijo branco, groselha. tudo fresquinho. pais e irmãos, escolho a comida e a família e desisto da aula de yoga. jantar agradável seguido das pequenas organizações diárias. celular toca. amigo nipônico à caminho. groselha com leite pra ele e conversas. coisas de dizer e ouvir. palavras claras, tento um desabafo contido. 23h. telefone toca. meu pai altera o tom de voz e prendemos a respiração. na angústia da incerteza, ficamos todos suspensos. mesmo sabendo ser um esforço inútil, me concentrei na ilusão de que poderia ter sido um engano, um mal-entendido. a menina de 18 anos estaria bem, teria sido só um susto durante a viagem de formatura do colégio em Porto Seguro. não era. confirmada a notícia que ninguém queria ouvir, caímos no choro dolorido, chocados com a banalidade da vida. foi um ataque do coração. e, se tinha o consolo do não-sofrimento da garota, tinha também o inconformismo. não procurei as explicações, mas chorei pela dor dos pais dela, amigos de anos demais dos meus, pelo desespero dos colegas de viagem e pela tristeza de pensar como aquilo não fazia sentido. eu não sei lidar com as perdas. e sei que elas fazem parte da vida, assim como sei que o desespero e o medo não melhoram as coisas e não trazem ninguém de volta. eu sei que os problemas são comuns pra todos nós, que situações assim acontecem todo dia. tá, eu sei, eu sei, eu sei. mas, mesmo sabendo, quem disse que eu consigo não me deixar abater? !!! não dá.
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4 comentários:
nem preciso falar o quanto fiquei abalada sem nem ao menos conhece-los
quando o ken me avisou pensei em tanta coisa
e espero nãos er a próxima.......
eu pedi pelos pais dela eles precisam de conforto agora
mais é arrogante demais essa vida.
é Ju, é duro. ainda mais sendo a menina tão nova.
força aí.
bjo
morte sempre é algo dolorido, seja com 18, seja com 80 anos... as dores são as mesmas, os choros são os mesmos... sentimentos apertados e que não sabem o que fazer...
força...
estranho esse sentimento de dor né?
senti isso qdo meu tio se foi no mês passado .. tentei explicar o que era esse sentimento, realmente: não dá
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