terça-feira, novembro 16, 2004
Why don't you live forever?
Outro dia me vieram com essa:“why don’t you live forever?”
Achei graça, perguntei o motivo, fiquei pensando nas respostas.....
I can’t! Simplesmente não posso. Nem eu, nem ninguém.E eu tenho certeza de que não ia querer, ainda que essa fosse uma escolha.
***
Acho ótimo que a única certeza nessa vida é de que uma hora ela acaba. Saber disso assusta? Pensar nisso comprime o peito? Às vezes. E é bom que seja assim. Vira combustível para o carpe diem, pra fazer valer cada gota de cada veneno e de cada antídoto.
Pode servir pra enlouquecer de vez também. Fácil que seja assim, não? Pra perder completamente a razão basta ser humano. Sujeito as mais cruéis brincadeiras do tal do destino (ah, será mesmo?) ou dos testes que a mente aplica só pra provar que nem tudo é do jeito que você quer que seja. Ou para criar a ilusão de que você não pode.
Será mesmo que a gente não consegue tudo aquilo que quer? (e, por favor, não cabe aqui MEGA SENA, ok? to falando de vida real, não de pão e circo).
Ou será que a gente idealiza as coisas, imagina um traçado no papel e de repente alguém esbarra na caneta e o traço vai lá pra pqp. Aí a gente só consegue pensar que f**** de vez e o negócio não tem mais conserto. Não vai ter mais jeito, melhor desistir de desenhar com a caneta e comprar uma tela e pincéis.....
De repente, era só riscar a outra ponta do papel, mudar o ângulo de visão ou virar a folha pro outro lado. De repente o negócio era muito mais simples mas, como é que você, eu, ela e aquele outro lá vamos saber onde tá certo???? Não vamos.
Porque mentiram pra todo mundo quando disseram que existe o certo e o errado (A-há! e todos nós caímos como trouxas!)
O que existem são as escolhas. A gente faz um milhão delas em uma semana, e não percebe nem metade. E delas o negócio vai saindo, vai saindo..... o mosaico vai enchendo. E a gente nunca vai saber como é que ele seria, porque a gente só sabe fazer ele ser, e isso a partir do momento em que se escolhe. E aí, é pagar pra ver. Sem certo, nem errado. Com direito à volta? É, pode ser que virando pra trás e roubando de lá alguma resolução alguém consiga caminhar em chão mais firme. Mas fazer isso o tempo todo é pedir pra cair no buraco que vai ficar bem ali na frente.
E sentir medo de não saber o que vai dar é uma dádiva. Medo faz as pernas tremem, o coração disparar.... as reações físicas! E aí não dá pra esquecer que se está vivo.
A coragem só nasce se a gente sente medo.
.... terça-feira de dividir retalhos. saudade de vocês!...
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3 comentários:
Eu não sei se a gente consegue tudo o que quer. Mas conseguimos, pelo menos, algumas coisas que a gente quer... de qualquer forma, acho que tudo isso depende mesmo da tal caneta e do tal papel e da sua mão estar boa no dia de desenhar. Ah, a sorte!
Bom começo de semana, Ju!
Beijos,
Amanda
Saudades de você, moça.
Beijos,
Tathi.
guilherme
Eu já quis ser eterno... poder contar, daqui a uns 3 mil anos, com o ar mais sábio do mundo, como eram as coisas no longínquo 2000, e ainda dizer com arrogância: "eu já sabia".
Já até chorei por não ser eterno, e justamente porque essa é a única coisa que não podemos mudar, por mais que queiramos (OK, também é difícil ser um bilionário, mas há quem consiga). Hoje estou conformado, e faço dos meus poucos anos que restam (ou alguém acha que, mesmo que eu viva mais 100 anos e morra aos 120 em 2104 são muito diante de tudo o que podemos ver) minha pequena eternidade. Seria triste também saber que os meus queridos não seriam eternos, que a minha música estaria esquecida, que os meus filmes não seriam mais projetados. Se hoje eu sou nostálgico, sem nem ter vivido os anos 50 (estou ouvindo marchas de carnaval neste minuto), imagine daqui a 1000, 5000 anos? Ah, ia ser sozinho, sem dúvida.
E acho que enlouqueci uma gotinha mais escrevendo esse comentário.
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