quinta-feira, dezembro 16, 2004
passando a limpo
Tive uma noite surreal. Foi absolutamente sem querer, eu juro.
Foi horrível, tanto quanto foi fundamental.
E a felicidade quase desesperada de saber que meu sexto sentido não me traiu completamente, fica agora emparelhada com a angústia de ter feito mal pra alguém.
Fiquei imaginando a raiva que ela sentiu, o ódio, a insegurança acentuada. E foram muitos sentimentos misturados nessa noite, de nós três. Tudo por causa do que mesmo? De uma mentira?
A conversa não era pra ter sido daquele jeito..... ao mesmo tempo, se não fosse ontem, não teria sido nunca, e..... tudo errado. Hora errada, lugar errado, mentiras erradas, verdades erradas. Tudo errado.
É nessas horas que eu tenho certeza do quanto a vida brinca com nós todos. No final das contas, temos nossos dias de marionetes.
E eu senti também a tristeza de nem dessa vez ter conseguido que fôssemos só nós dois pra colocar os pontos finais com o resto do sangue e até das lágrimas. Não era pra envolver mais ninguém, mas não deu. Já não dava mais, ficou tarde. Só que eu não pude fazer mais pelos outros.
Eu precisava das coisas ditas na cara, precisava enfiar o dedo no fundo da ferida pra poder costurar de vez. Tinha que descobrir porque eu me enganava tanto. Sentir todo o ódio que me cabia, toda a raiva, toda a decepção. Cuspir tudo.
Tinha que olhar bem pros olhos dele. Tinha que descobrir se eu ainda enxergava mais que o castanho. Tinha o direito de ouvir o que tinha sido escrito. E ele tinha que ver a mágoa estampada nos meus olhos, tinha que sentir doer por saber que fez quase tudo virar poeria.... e, mais que qualquer outra coisa, ele tinha que ter certeza de que a confiança desapareceu e que as chances de que vire apenas um nome esquecido na memória não é bobagem.
Eu queria medir o tamanho do estrago. E saber de uma vez o que é que vai dar pra levar disso tudo.
Jurei que ia enterrar essa história esse ano. E tinha que cumprir isso, pra ficar em paz comigo.
Só que eu também senti culpa....... sim, porque ainda mantenho a capacidade de inverter papéis.... e mesmo sabendo que eu não deveria, só consegui me sentir culpada. não sei o que ela sentiu. eu teria sentido ódio, teria explodido de raiva.
Não acho que ela merecia. Mas eu merecia muito, MUITO, MUITO menos que tudo isso. Então tive que escolher quem ia se machucar. E não dava pra ser EU outra vez. Só que no final das contas, sofremos todos. E eu vou virar vilã (estou aprendendo a colecionar injustiças - uma das coisas que mais odeio na vida).
Certezas? Só a de que as férias serão uma bênção. Tudo que precisamos agora é de tempo e distância. É o único jeito. Se essas duas coisas não forem capazes de cortar a pior das cordas (que não é a física) então eu não sei o que será.
O que eu tinha que saber, já sei. E é esse saber que me explica que eu não mentia pra mim mesma o tempo todo.... Assim como ele, não quero mais os pensamentos diários.
Quero paz de espírito, só isso. Não agüento mais colocar aqui tanta coisa ruim.
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