terça-feira, abril 05, 2005
segunda-feira de abril
Mais uma segunda-feira para a coleção.
Fui para uma reunião importante, para tratar de um assunto que eu ainda não domino, o que me deixa um tanto quanto apreensiva.
Apostei que o caminho mais rápido e eficiente para chegar na Paulista era pegar o metrô. Dormi no ônibus fretado que ia pra Barra Funda, enquanto a Luiza se matava arrastando a revista de um lado pro outro em busca de uma frestinha de luz (é, ela se esqueceu daquelas luzinhas individuais que estavam sobre as nossas cabeças).
Só não digo que a escolha do itinerário subterrâneo foi péssima porque presenciamos um fato curioso: na Sé, vagão lo-ta-do, a menina que parou do meu lado tinha uma joaninha no cabelo. De casca alaranjada e bolinhas pretas, estava grudada no cabelo amarelo (“luzes”!) da menina (cega de um olho), que se espremia naquele vagão de trem rumo ao Jabaquara.
Claro que eu tirei a bichinha da cabeleira da moça...... e fiquei me perguntando o que aquele ser minúsculo estaria fazendo ali.
Ao melhor estilo Pato Donald (leia-se mau-humor) pulei do vagão no Trianon-MASP resmungando sobre como era o fim-da-picada ter que atravessar a cidade toda e ir pra faculdade num dia em que eu não tinha aula. Luiza me deu um esculacho sem perceber, falou que no final das contas eu gosto. Pior que ela deve estar certa.....
Passei no München pra tomar puxão de orelha, muito válido por sinal, e fui seduzia por um dos bonequinhos do Armando: um sapo verde, com cabelos rebeldes e capaz de fazer auto-penitência (deusdocéu, não sei escrever isso). Ainda não dei um nome pra ele.....
Como estava com fome e me sentindo frustrada, já que ia perder a super-entrevista-com-o-padre-legal-que-cuida-dos-meus-amigos-bolivianos, saí do bar e fui me entupir de porcarias no famoso M amarelo (símbolo do poder capitalista, hã!). Comi tanto que decidi ir a pé até o ponto de todo-dia, lá na metade da av. Foi a minha sorte!
Andava pela rua parecendo um radar: buzinas, tipos coloridos, o bonequinho verde do semáforo, a garoa fina, meu blazer jeans, aquele vão absurdo do MASP, as buzinas outra vez.... queria papel e caneta naquela hora pra escrever o que eu estava sentindo.
De repente vi um rapaz andando em sentido contrário ao meu, cabelos cacheados, barba grande, colar de miçangas e contas, camiseta colorida, olhar perdido. Fiquei olhando o moço, olhando pros olhos do moço. Parei de andar, fiquei estática, os olhos ainda nos dele.
Era o Leopoldo! Eu não via aquele menino fazia ANOS. Nos abraçamos, conversamos rapidamente, um falando das novidades do outro (que já nem eram mais novidades).
Discutimos quase nada quais eram os “porquês” que o jornalismo se esquecia de responder (o moço faz Ciências Sociais) e seguimos nossos caminhos. Ainda virei pra trás pra dar risada quando ouvi o “valeeeeeu!!” que o Lê gritou no meio da rua. E não fui até o ponto do todo-dia. Não precisava, já tava bom demais para um dia só.
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