Todo mundo tem um refúgio, um lugar pra onde correr quando as coisas ameaçam desabar de vez. Pode ser uma cidade inteira, uma praça, uma rua, um cômodo sem janelas ou até o espaço empoeirado debaixo da cama. Todo mundo tem. E às vezes esse lugar parece o único no mundo em que se é capaz de tirar resoluções positivas (elas quase sempre são..... um exemplo de resolução negativa???).
Sentiu que não tá dando mais pé? Foge! Some mesmo, vai pra lá, não avisa ninguém se achar melhor . Vai, “take your time to make some sense” e se encontre ou se perca de vez. Nada de meio termo, nada das coisas mornas. Tem horas em que só o extremo funciona.
***
Eu fugi, precisava das resoluções e não dava pra esperar mais. Quem agüenta viver com uma britadeira no peito e a cabeça pesando 3 toneladas?? Ah, não dá pra mim. Não tenho a vocação pra sofrer dores agudas e me falta paciência pra lidar com elas...... tenho mania de querer “porquês” bem claros na minha língua, o que acaba exigindo muito para eu fazer valer a teoria do desapego.
Uns trinta minutos na pedra, pés na correnteza, cabeça pro alto, na medida do nada balançando o verde sobre o azul. Na minha frente, amarelado. Só EU, EU, EU e as borboletas (como não?). Pronto. Foi no meio daquele lugar e SÓ ali que eu realmente consegui as respostas e constatações que eu precisava pra não furar mais as minhas entranhas. Sem 1 lágrima e com o gosto da pinga com jabuticaba e do alívio na boca. Sem querer a mágoa, e tentando cuspir de volta o que eu engoli.
O corpo amortecido no meio da água. Foi bom. Tinha que mergulhar a alma pra limpar o sangue, levantar com as decisões tomadas, com um dia de cada vez...... enxergando anos-luz em segundos.
Eu tinha que fazer dessa maneira. Fugi. E foi o suficiente. Agora chega.
terça-feira, agosto 31, 2004
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