domingo, novembro 28, 2004

era uma vez....

Era uma vez uma menina de cabelos amarelos – e compridos. Depois de sair mais cedo da escola, e almoçar na casa da vovó, ela ia feliz e (quase) saltitante por uma rua estreita a caminho do trabalho.
Andando distraída, viu um homem se aproximar, olhar bem para os tic-tacs azuis que ela levava no cabelo, sorrir e disparar: “você trabalha na Siemens, no?”.
Ops! Quem seria aquele cidadão de olhos claros e sotaque espanhol?

Guillermo (quase Guilherme, ou seja, nome difícil de esquecer).
Trabalhava ali, naquele mesmo pedaço imenso de indústria, e durante os 15 minutos que se seguiram aquela pergunta ele veio ouvindo a menina tagarela de cabelos amarelos contar de onde vinha, o que fazia, quais eram os planos, do que ela gostava.... dá-lhe paciência! Mas ele parecia estar se divertindo muito com aquele monte de informações atropeladas.

Passaram-se alguns dias, eles se encontravam com um bom dia ou boa tarde.
Passaram-se muitos meses e a menina foi embora dali, junto com as outras 200 e tantas pessoas.
Passaram-se 3 anos desde então. E eles não se viram mais. Um nem sabia se o outro ainda estava vivo.

Semana passada a menina – que insiste em ainda se intitular menina – saia do banco apressada e deu de cara com quem? Guillermo, sorrindo ao pé da porta: “ Oi!!”
Impossível não sorrir também.
E na última quarta-feira o almoço foi reservado para colocar mais de 3 anos de conversa em dia.
Claro que o tempo não foi suficiente para contar tudo, mas o bastante pra resgatar boas histórias. Como a do dia em que eu andava pela rua achando graça de cada vento morno que sobrava, e dei de cara com ele. Foi há muito tempo.... mas nenhum de nós se esqueceu.
Coisas assim fazem o dia valer a pena.


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